
Referência em arte popular brasileira, com o maior e mais significativo acervo desse segmento no país, o Museu Casa do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, estará aberto ao público de 3 de outubro a 8 de novembro para um momento de despedida e celebração. Seu acervo, de mais de 9 mil obras de 300 artistas populares brasileiros, começa a ser transferido para a nova sede, na Barra da Tijuca.
A exposição conhecida como “permanente”, na sede histórica do Pontal, no Recreio, ganha para este evento o nome de Até Logo, Até Já e as cerca de 2 mil obras que estão reunidas ali seguirão para o novo espaço após o término da mostra. As demais 7 mil peças, guardadas atualmente na reserva técnica da instituição ou em itinerância, já começam a seguir para o novo espaço na Barra em outubro.
Até chegar a este momento, foram 10 anos de lutas contínuas para manter em segurança essa coleção única no país, longe das inundações que desde 2020 ameaçaram esse inestimável patrimônio.

Lucas Van de Beuque, diretor-executivo do museu, diz que “este é um momento de agradecimento e de boas notícias”. A diretora-curadora do museu, Angela Mascelani, destaca: “Estamos dedicando esta reabertura na sede histórica, que durará um mês, aos afetos e aos corações. Aos que aqui se apaixonaram, aos que seguiram as trilhas da cultura popular, aos que dançaram em nossos jardins e terreiros. Aos que querem continuar nessa aventura multicultural”.
Fechado desde março por causa da pandemia, o museu adotará o protocolo contra o Covid-19 para receber o público em segurança. O percurso da exposição é dividido em oito temas, e o público poderá ver, na casa histórica fundada em 1976, as obras emblemáticas de grandes artistas como de Mestre Vitalino (1909 – 1963), Manuel Galdino (1929 – 1996), Zé Caboclo (1921 – 1973), e Luiz Antonio, do Alto do Moura e Caruaru, Pernambuco; Noemisa Batista (1947), Maria Assunção (1940 – 2002), e João Alves, do Vale do Jequitinhonha, Minas; Celestino (1952), e Nino (1920 – 2002), de Juazeiro do Norte, Ceará, no Cariri (região cultural que engloba quatro Estados do Nordeste); além da instalação cinética Escola de Samba, de Adalton Fernandes Lopes (1938 – 2005, Niterói), com seus mais de 300 personagens em cerâmica que se movimentam ao ritmo do samba; além das criações dos mineiros Antonio de Oliveira (1912 – 1996), e Dadinho (1931 – 2006), que viveu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, entre muitas obras.
A nova sede do Museu Casa do Pontal será inaugurada no segundo trimestre de 2021, com uma grande exposição de longa duração, com os destaques de seu raro acervo.



