01 out 2021
Arte
Celebrando os 60 anos do escultor gaúcho Mauro Fuke, o Instituto Ling, em Porto Alegre, inaugura a mostra individual O Rio, a Nuvem, o Arquipélago e a Árvore, com obras inéditas do artista. A abertura será no dia 5 de outubro, às 19h, com uma conversa entre Mauro e a curadora Neiva Bohns, que poderá ser acompanhada pelo público presencialmente ou online, mediante inscrição prévia e sem custo neste site.
A exposição fica em cartaz com entrada franca até o dia 30 de dezembro, com visitação livre de segunda a sábado, das 10h30min às 20h. Há ainda a possibilidade de visitas com mediação nas sextas e sábados, às 16h e 18h, com agendamento gratuito no site do centro cultural.
A exibição reúne quatro obras em madeira do escultor porto-alegrense, produzidas entre 2017 e 2021. As peças, de acordo com a curadora, “foram construídas no ateliê do artista, num processo longo e cuidadoso, seguindo lógicas diversas, em que as ações de conceber, esculpir e montar se apresentam como possibilidades inesgotáveis no processo criativo do artista, sempre mediado pelo raciocínio matemático”.
Além das esculturas de Fuke, a mostra conta com um vídeo-conceito mostrando a rotina do artista em seu estúdio, em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. Intitulada Gesto Invisível, a produção assinada por Caio Amon foi filmada em setembro deste ano, acompanhando um dia de trabalho do escultor e seus processos de concepção e construção das obras.
Mauro Fuke nasceu em Porto Alegre em 1961 e se formou no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Escultor, trabalha principalmente com madeira.
Participou da célebre exposição Como Vai Você, Geração 80 e dos Panoramas de Arte no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), sendo premiado no ano de 1988. Realizou diversas exposições pelo Brasil, participou de duas Bienais do Mercosul – em 1999 e 2005 – e executou diversas obras públicas, em locais como a Unicamp (Praça das Bandeiras) e o Aeroporto Salgado Filho.
“Mauro Fuke é desses artistas que se deixam encantar pelas qualidades táteis e visuais das matérias – e fazem questão de participar de todo o processo de produção de suas peças, desde o projeto gráfico até a finalização. Escultor nato, embrenhou-se nos raciocínios da arte contemporânea sem dispensar a experiência direta da feitura dos artefatos que têm nome, identidade própria e existência física, como criaturas dotadas de inteligência”, define Neiva Bohns em seu texto de apresentação da mostra.
A curadora descreve as peças de Fuke em exibição no Instituto Ling: “Nesta exposição, as obras são traduções exclusivas que o artista fez de elementos da natureza. Há um rio de pequenas ondas, que muda o seu curso para desviar de obstáculos. Há uma nuvem composta de peças milimetricamente encaixadas. Há um arquipélago de formas orgânicas, cujas partes parecem ter brotado de profundezas desconhecidas. E há uma árvore-síntese dos impulsos vitais em oposição, com extremidades pontiagudas se desenvolvendo em ambos os polos. Qualquer alteração nesse movimento poderia ser fatal ao organismo metafórico, em que pulsões opostas disputam a dominância”.