10 mar 2022
ArteA primeira exposição de longa duração, A Vida Judaica, apresenta os costumes e rituais pelos quais o judaísmo se conecta com o sagrado, demarca o tempo, estuda seus textos, festeja valores, elege seus alimentos típicos e vivencia coletivamente cada etapa da vida. Aborda, portanto, os acontecimentos cotidianos da vida judaica, entendendo-os não somente sob o prisma religioso, mas também como fenômeno cultural.
Na mostra Judeus no Brasil: histórias trançadas, o objetivo é tecer uma complexa narrativa da pluralidade da presença judaica no Brasil a partir dos diversos fluxos migratórios ao longo de 500 anos. A mostra analisa ainda a pluralidade resultante dos diversos polos de implantação das comunidades judaicas no Brasil e de que formas os costumes que pautam a vida judaica se comportam em suas dinâmicas intergeracionais, sejam elas a partir de vivências individuais ou coletivas. A exposição mostra também como a comunidade judaica brasileira apresenta inúmeras interseções e confluências na contemporaneidade, embora tenham diferentes matrizes culturais e geográficas.
Alguns objetos apresentados na mostra remetem aos vínculos de Dom Pedro II com o judaísmo no Brasil Império. Ela inclui, por exemplo, um fac-símile de um fragmento de uma Torá que pertenceu ao imperador, encontrada na Quinta da Boa Vista, antiga residência imperial desde a chegada da corte portuguesa ao Brasil, hoje no acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Um importante acervo do espaço é o Centro de Memória do MUJI, oriundo do espólio do antigo Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, coletando e catalogando documentos raros sobre a comunidade judaica no Brasil. Uma das principais iniciativas da instituição é revitalizar esse acervo documental, tanto no seu aspecto físico, de restauração, conservação e catalogação, quanto no âmbito narrativo, proporcionando o acesso atual a documentos que ajudam pessoas a compreenderem suas relações genealógicas com as dinâmicas históricas judaicas.
São mais de 20 mil livros – 8 mil em ídiche –, 100 mil fotos, 400 depoimentos de história oral, 1 milhão de documentos, periódicos e outros registros que versam sobre os imigrantes, as instituições, a cultura e a contribuição à sociedade brasileira.