10 mar 2022

Música

Coletânea e site lembram 40 anos sem Elis Regina

As quatro décadas de ausência da cantora Elis Regina (1945 – 1982), morta aos 36 anos, ganham destaque no site do Itaú Cultural como uma presença viva na música brasileira. Nesta quarta-feira (19/1), quando se completam 40 anos da partida da intérprete gaúcha, o portal da instituição publica um material especial, compartilhando com o público um amplo conteúdo sobre sua trajetória – assim como mergulha nos caminhos que conduziram os jornalistas Danilo Casaletti e Renato Vieira no projeto Elis, Essa Saudade…

A coletânea, lançada em formato físico e digital pela gravadora Warner, reúne 16 canções interpretadas pela diva – entre elas, clássicos como O Bêbado e a Equilibrista, de Aldir Blanc e João Bosco, e a inédita em CD Pequeno Exilado, composição do conterrâneo Raul Ellwanger, com quem Elis divide os vocais na gravação.

Já no extenso verbete sobre a cantora disponível na Enciclopédia Itaú Cultural, o público pode conhecer mais sobre como a porto-alegrense Elis Regina Carvalho Costa, que escutava Cauby Peixoto e Ângela Maria na juventude e se transformou depois em uma intérprete que valorizava novos compositores e apontou caminhos para a música popular brasileira. O material conta, ainda, com informações sobre discos de Elis, como Falso Brilhante, lançado pela gravadora Philips em 1976, e exposições realizadas sobre a cantora.

Elis, presente

A luz maior do especial do site do Itaú Cultural, no entanto, fica por conta de uma conversa com Danilo Casaletti, que, ao lado do também jornalista Renato Vieira, oferece um olhar mais recente à obra de Elis Regina com a coletânea Elis, Essa Saudade…, lançada em 2021.

O álbum reúne tanto clássicos quanto canções pouco conhecidas do trabalho da artista. Na matéria, Casaletti conta sobre a construção do projeto, que nasceu com a proposta de ser tanto físico quanto digital, abrangendo todas as vantagens dos dois formatos: desde encarte com as letras das músicas até a disponibilização do material em plataformas digitais.

As 16 interpretações de Elis que integram o álbum vêm de gravações em estúdio e registros em eventos como o Montreux Jazz Festival, na Suíça. Os idealizadores, no entanto, não abriram mão de buscar diferenciais e outros olhares para o disco. Foi assim que integraram ao repertório Pequeno Exilado, canção de Raul Ellwanger gravada por ele e Elis em 1980, até então inédita em CD.

Outro diferencial, como conta Casaletti na matéria, foi a saga pela foto da capa do disco. Em busca de estampar no álbum o sorriso marcante da artista, os organizadores foram atrás de um registro de Elis – nunca antes divulgado – feito pelo fotógrafo Paulo Kawall, que não tinha mais a fotografia original. Por sorte do destino, um amigo do jornalista havia comprado a imagem e cedeu o material para compor o disco (imagem abaixo).

No texto no site do IC, o público tem à disposição ainda comentários sobre cada faixa do disco, feitos especialmente por Danilo Casaletti. Das suas memórias pessoais com a obra de Elis Regina, o jornalista conta na matéria que deparou pela primeira vez com a interpretação da artista ainda em sua adolescência. Em 1994, comovido pela morte do piloto Ayrton Senna, Casaletti investiu R$ 10 na compra de uma coletânea com Elis interpretando a antológica Canção da América, de Milton Nascimento. Foi o primeiro de muitos encontros com a voz de uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos.

Para relembrar a Pimentinha, a gente criou uma playlist especial que inclui a coletânea Elis, Essa Saudade… e mais outras canções eternizadas pela cantora. Boa audição!

 

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