Mulher, 30 anos, classe B: qual é o perfil de quem joga videogames no Brasil

O estigma de atividade infantil ou de ambiente exclusivo para homens já era. No Brasil, segundo a Pesquisa Game Brasil 2020, 53,8% do público gamer é composto por mulheres, sendo que a faixa etária mais representativa é a de pessoas entre 25 e 34 anos (34,7%). A esmagadora maioria consome games pelo celular (86,7%) em casa (92,4%) por um período entre 1 e 3 horas (35,6%).

A pesquisa, que chega a sua sétima edição e, desta vez, foi realizada entre 1º e 16 de fevereiro com mais de 5,8 mil pessoas, mostra que a prevalência de mulheres entre o público gamer aumentou em relação ao ano anterior. Se em 2019 eram 53,1% de gamers do sexo feminino contra 46,9% do público masculino, em 2020 foram 0,7 pontos percentuais a mais para as mulheres. A liderança das mulheres no consumo de jogos eletrônicos se mantém desde 2016, retrato da popularidade dos games e da sua massificação, em especial no segmento mobile e casual, de acordo com os pesquisadores.

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Chama atenção na pesquisa o dado que mostra que apenas 23,3% das mulheres se considera gamer, enquanto 43,8% dos homens diz ser um gamer. De acordo com a pesquisa, esse é um traço do perfil diretamente relacionado à preferência no hábito de consumo no momento de entretenimento. A quantidade de horas jogadas não necessariamente tem relação direta com “ser gamer”, e sim a percepção de cada jogador em relação a si mesmo.

Sem levar em conta gamers com menos de 16 anos, a pesquisa mostrou que a faixa etária que prevalece entre os jogadores de videogame é a de pessoas entre 25 e 34 anos, com cerca de 34,7% do público. Os mais jovens, entre 16 e 24 anos, ficam logo atrás, com 34,6% do público. Já os que têm entre 35 e 54 anos representam 24,7% deste universo.

Segundo os dados oficiais do IBGE, a população brasileira é concentrada na faixa dos 15 aos 39 anos, o que mostra que o hábito de jogar é bem difundido em toda a população. Os dados da PGB reforçam ideia de que games não são uma atividade apenas de crianças e adolescentes, enfraquecendo o velho paradigma, avaliam os responsáveis pelo levantamento.

No Brasil, os jogadores costumam usar principalmente smartphone, com 86,7% da preferência, um acréscimo de 3,7 pontos percentuais em relação a 2019. Em seguida vem o videogame, com 43%, e o computador, com 40,7%. Pela primeira vez na pesquisa, a maioria dos gamers hardcore, aqueles que não se consideram apenas “gamers casuais”, afirmaram que o smartphone é sua plataforma preferida, superando o videogame, líder na edição anterior.

Os smartphones mostram-se um território de domínio das mulheres, tanto do perfil casual quanto hardcore. A pesquisa aponta que os celulares são “a plataforma com maior penetração nas classes média (B2/C1) e baixa (C2/DE), geralmente jovens (16 a 24) e adultos (25 a 34)”.

Ao longo dos anos de PGB, nota-se o domínio do público feminino no hábito de jogar. Isso acontece, segundo os organizadores, “por conta da distribuição do smartphone no país, sendo uma plataforma muito relevante para comunicação, estudo, trabalho e também entretenimento” e porque “os smartphones e sua ampla oferta de jogos, para todo o tipo de gosto e bolso, se revelam a principal porta de entrada a diversos públicos que estavam limitados pelos requisitos de hardware e software do videogame e do PC”.

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