23 set 2022
MúsicaAmbos os termos vem da língua inglesa e delimitam características de consumo e circulação de músicas.
Nos dois lados de uma mesma moeda, temos a indústria fonográfica mainstream e a underground. Essas duas preposições, apesar de serem amplamente difundidas entre as novas gerações, fazem parte de posicionamentos e visões de mundo que guiam o pensamento dos ouvintes. Tanto a cultura mainstream quanto a underground envolvem lógicas mercadológicas de suportes de circulação da música, execução delas, audição e circulação audiovisual.
Mas, antes de qualquer conclusão, para entender as diferenças e semelhanças entre esses dois conceitos que dividem fãs é importante entender o significado de cada um deles.
Mainstream
Mainstream, que pode ser traduzido como “fluxo principal”, é um adjetivo utilizado para conteúdos culturais que estão disponíveis de maneira ampla para o público, geralmente com circulação não segmentada e variedade definida. Ou seja: na música, a não segmentação significa produzir um tipo de música que não é direcionado a um público específico, e sim a população em geral. Outro fator importante para o consumo de um produto e que afeta a maneira que este será definido é a forma. A circulação de canções ou grupos musicais mainstream geralmente está associada a outros meios também de comunicação de massa, como a televisão, por videoclipes, o cinema, nas trilhas sonoras ou mesmo a internet, nos diferentes canais que esse universo oferece.
Assim, por exemplo, uma cantora pop cujas músicas estão em todas as plataformas digitais, de fácil acesso e com o objetivo de atingir o maior número de pessoas, pode ser considerada uma artista mainstream. Já o underground é o oposto desse cenário.
Underground
Underground, ou “subterrâneo”em inglês, já são produtos culturais que funcionam quase como em negação a segmentação ao anterior, o mainstream. Tanto a produção quanto a circulação desse tipo de música, quando se trata do underground na indústria fonográfica, são limitadas e fogem do amplo consumo. Por vezes é um produto que pode ser considerado como “valorativo oposicional”, que concede valor ao oposto do que seria o popular do momento.
Geralmente, a circulação de produtos underground é feita por gravadoras e produtoras de menor alcance que, portanto, tem menor amplitude de alcance mas possibilitam maior proximidade com o público que visa atingir.
Proximidade com o público alvo
Um dos pontos chave para distinção de um produto mainstream de outro underground é a proximidade da produção com o consumo – ou seja, do artista e do ouvinte. Enquanto na maioria dos produtos culturais musicais mainstream a distância entre o artista e o seu público é enorme, separando as duas esferas de concepção e recepção.