23 set 2021

Arte

“Nevermind” ficou trintão

Depois que Nevermind chegou às lojas no dia 24 de setembro de 1991, o rock nunca mais foi o mesmo. O segundo disco da banda norte-americana Nirvana inaugurou uma nova era na música pop internacional e simbolizou na prática o início dos anos 1980.

Trinta anos depois, o seminal trabalho que levou o mundo a prestar atenção nas bandas da região de Seattle e popularizou o gênero grunge continua áspero e contundente como hino do desencanto pós-adolescente. “Foi um álbum que deixou o hard rock velho, o rock da moda na época, superficial, misógino e menos intenso”, na definição da jornalista musical francesa Charlotte Blum, autora de um livro sobre o grunge.

Canções como Smells Like Teen Spirit, In Bloom e Come As You Are, no estúdio de Butch Vig – produtor musical e baterista do grupo Garbage – trouxeram para o cenário do rock uma revigorante mistura de fúria e calma, distorção e melodia, meditação e inconformismo. Uma síntese entre “Black Sabbath e Beatles“, segundo outro crítico do rock, o também francês Nicolas Dupuy.

Os integrantes Kurt Cobain (vocal e guitarra), Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria) esperavam apenas que as vendas de Nevermind permitissem pagar o aluguel, mas o álbum destronou Dangerous, o oitavo disco de estúdio de Michael Jackson, do primeiro lugar nas listas de vendas.

Para celebrar as três décadas de um dos discos mais influentes de todos os tempos, a Orquestra Ouro Preto vai apresentar um concerto misturando música e intervenções cênicas nesta sexta-feira (24/9), a partir das 20h30min, com transmissão ao vivo pelo seu canal do YouTube. A ideia de orquestrar Nevermind partiu do maestro Rodrigo Toffolo, que é fã do disco desde os tempos em que era apenas um jovem estudante de violino. “Nevermind vai muito além da música, representou toda uma geração que precisava extravasar seus sentimentos. Três caras fizeram aquela barulheira toda, que nada mais é que a voz do jovem daquela época. Acho a música deles muito impactante”, justifica o regente.

Com arranjos de Leonardo Gorosito, a ópera-grunge será tocada e encenada em 13 atos, incluindo todas as faixas do álbum. Os acordes de violinos e violoncelos irão se misturar ao som da bateria, guitarra e baixo.
Por aqui, fizemos uma playlist que mistura as faixas clássicas de Nevermind com temas de outros discos do Nirvana. Então pode arrastar os móveis da sala, colocar o som no talo e dançar batendo cabeça como se fosse 1991!

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